quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Avaliação da Educação Básica: SAEB e PROVA BRASIL





O SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básico é dividido em dois eixos:


  • ANEB- Avaliação Nacional da Educação Básica
Tem caráter amostral, aplicada para os estudantes matriculados no 5º e 9º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio das redes públicas e privadas nas áreas urbanas e rurais. Os resultados são apresentados para cada unidade da federação, região e para o Brasil em sua totalidade.

  • ANRESC- Avaliação Nacional do Rendimento Escolar

Focaliza cada unidade escolar, tem por nome “Prova Brasil”. É aplicada para estudantes do 5º a 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas; estaduais, municipais e federais, que tenham no mínimo 20 alunos. Seus resultados são utilizados no IDEB.

A prova Brasil foi criada e aplicada pela primeira vez em 2005. As avaliações que compõe o SAEB são aplicadas a cada 2 anos, avaliando habilidades em Língua Portuguesa e Matemática.

Quando pensamos neste sistema em avaliação não podemos esquecer a influência de diferentes áreas como psicologia, realidades socioeconômicas e diferentes posicionamentos teórico-educativos no processo de gestão de uma unidade escolar. O SAEB não vem somente como um simples sistema avaliativo, mas como uma nova forma de gestão das unidades escolares, tentando uniformizar o que em lógica ainda está distante de conquistarmos: diferentes contextos atingindo níveis de igualdade nos resultados.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Analisando o Texto de Marcuschi


Texto: Produção Textual, análise de Gêneros e Compreensão 
autor: Luiz Antônio Marcuschi 

 No texto vemos algumas abordagens já discutidas em textos anteriores, como a importância dos gêneros para a interlocução humana. O autor aborda também a questão da identificação dos gêneros e sua funcionalidade. Ele resume que no caso dos gêneros temos:  
1) Intergenericidade- um gênero com a função de outro 
2) Heterogeneidade tipológica- um gênero com a presença de vários tipos.  

Ele deixa no texto claro o seu posicionamento de que livro didático é um suporte e não um gênero. Uma das questões que me chamou a atenção foi a do gêneros e o ensino da língua.   
"Será que há algum gênero ideal para tratamento em sala de aula? 
 Existem gêneros mais importantes que outros?  
Há gêneros mais adequados à leitura do que outros e há outros que são mais adequados à produção, pois em determinados momentos somos confrontados apenas com um consumo receptivo e em outros casos temos que produzir os textos. "  

Na Visão dos PCNs a respeito da questão dos gêneros a língua falada e língua escrita não se opõem de forma dicotômica, nem são produções em situações polares. Se dão relacionadas ao contexto do contínuo dos gêneros textuais. Circulam na escola a respeito da relação entre a modalidade oral e a escrita a idéia de que a escrita é mera transposição da fala, ou tratar as especificidades de cada modalidade como polaridades. Parece que fala e escrita se oporiam, pelo interesse pedagógico, como se a fala fosse a vernacular, a forma de comunicação espontânea e a escrita, a forma culta referente à norma padrão e socialmente prestigiada.  

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Livro Didático de Língua Portuguesa



Análise - Livro Didático de Língua Portuguesa

Livro: “Novo Eu Gosto” 2006– 3º Ano do Ensino Fundamental
Autoras: Célia Passos & Zeneide Silva

  • O livro está divido em lições, possui para cada conteúdo um texto, antecedendo a abordagem gramatical.
  • Os textos utilizados são de diversos gêneros: poesia, conto, história em quadrinhos, reportagens, entre outros; todos adaptados a fins didáticos.
  • As interpretações propostas seguem o modelo de questionário, perguntas e respostas, diversificando com exercícios de escrita, associação de colunas, completes e caça-palavras. Possui como estudo complementar um almanaque de jogos, criação de textos e dobraduras.

Não se encontra no livro a articulação dos dois grandes eixos estabelecidos pelos PCNs do uso da língua oral e escrita e o da reflexão acerca desses usos. O livro está imerso em definições e classificações gramaticais, centrado no interesse metalinguísticoApenas alguns textos utilizados no livro trazem a dimensão da textualidade para o dia-a-dia, porém não busca a relação com registros coloquiais a oralidade. Há uma prática de escrita mecânica, voltado apenas para a habilidade motora. Exercícios com frases soltas sem contextualização, palavras desligadas do contexto, massificando treinos ortográficos.


O livro didático se tornou  um dos principais instrumentos no processo de escolarização, pois este é visto pela sociedade como suporte preferencial de comunicação de saberes escolares. A falta de preparação, tempo e de recursos do professor, muitas vezes acaba fazendo com que ele baseie seu programa de ensino apenas no que consta no livro didático.  Precisamos desmitificar isso. O livro é um auxílio, mas o suporte são as realidades vivenciadas dentro da sala de aula.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Análise - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, LÍNGUA PORTUGUESA.

Depois de uma leitura sistematizada dos PCNs da Língua, respondo os seguintes questionamentos.


Quais os fundamentos do ensino da língua?

Segundo os PCN, os fundamentos do ensino da língua se dão na estreita relação com a possibilidade de plena participação social. Que levará o homem a se comunicar, ter acesso a informação, expressando diferentes pontos de vista, aquisição de conhecimentos. A função da escola aqui é a responsabilidade de assegurar a todo aluno o acesso aos saberes lingüístico para destreza da cidadania, direito de todos. A língua levará o ser a uma participação social.

Que conceitos de lingüística são abordados?

Textualidade - É um encadeamento verbal constituído por um conjunto de relações que se situam a partir da coerência  de um texto. Só é um texto quando pode ser entendido como união significativa global, quando há textualidade.

Análise Discursiva- quando se interage verbalmente com alguém, o discurso se organiza a partir dos conhecimentos que se acredita que o interlocutor possua sobre o assunto, do que se supõe serem suas opiniões e convicções, simpatias e antipatias, da relação de afinidade e do grau de familiaridade que se tem, da posição social e hierárquica que se ocupa em relação a ele e vice-versa.

Gêneros textuais- Todo texto se constitui dentro de um determinado gênero. Os vários gêneros existentes compõem formas relativamente constantes de enunciados, disponíveis na cultura, apontados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Pode-se ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que compartilham algumas características comuns, ainda que heterogênea como visão geral da ação à qual o texto se articula, tipo de apoio comunicativo, alargamento.

Que tipo de oralidade deve-se ensinar?

A ação não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala empregar, analisando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adaptar o registro às diferentes circunstâncias comunicativas. É saber dispor satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, ponderando a quem e por que se diz determinada coisa. O importante é a função da intenção comunicativa pertinente aos interlocutores. O principal aí não é a correção, mas a adequação ao uso. “(...) falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido.” (p. 26)

“Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois seria descabido “treinar” o uso mais formal da fala. A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escuta, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.” (p.27)

Que tipo de escrita deve-se ensinar?

“Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas convenções ortográficas do português — o que garantiria ao aluno a possibilidade de ler e escrever por si mesmo, condição para poder disparar o segundo estágio do metafórico foguete. Esse segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas: os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.” (p.27)

Tais ponderamentos cabem reflexões acerca das teorias e metodologias utilizadas. A capacidade do aluno de produzir textos, e redigi-lo a próprio punho ainda esta vinculada com a capacidade que esse teve de aprender e a forma que isso foi simultâneo.

“A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de compreender e
produzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático.” (p.27)

Quais os objetivos gerais da Língua Portuguesa?


Ao longo do processo escolar o aluno deverá desenvolver as competências pautadas à linguagem. Para que isso aconteça o ensino da Língua portuguesa deverá ser disposto de maneira que os alunos sejam aptos a:

“• expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos — tanto orais como escritos — coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados;

• utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade lingüística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participam;

• conhecer e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado;

• compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções de quem os produz;

• valorizar a leitura como fonte de informação, via de acesso aos mundos criados pela literatura e possibilidade de fruição estética, sendo capazes de recorrer aos materiais escritos em função de diferentes objetivos;

• utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo como proceder para ter acesso, compreender e fazer uso de informações contidas nos textos: identificar aspectos relevantes; organizar notas; elaborar roteiros; compor textos coerentes a partir de trechos oriundos de diferentes fontes; fazer resumos, índices, esquemas, etc.;

• valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais, sendo capazes de expressar seus sentimentos, experiências, idéias e opiniões, bem como de acolher, interpretar e considerar os dos outros, contrapondo-os quando necessário;

• usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a língua para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise crítica;

• conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.” (p. 33)


Quais os conteúdos a serem trabalhados em Língua Portuguesa?

Quando se pensam nas as capacidades a serem desenvolvidas, relacionam-se quatro habilidades lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. Daí se procede que os conteúdos devem ter a função de desenvolver essas habilidades, estabelecidos em torno de dois eixos fundamentais: o uso da língua oral e escrita e a análise e reflexão sobre a língua - Língua oral: usos e formas/ Língua escrita: usos e formas/ Análise e reflexão sobre a língua

Os próprios conteúdos surgem ao longo de toda a escolaridade, modificando apenas o grau de aprofundamento e sistematização. Para cobrir esse tratamento recorrente é preciso seqüenciar os conteúdos sujeitos a critérios que possibilitem a continuidade das aprendizagens. São eles:

“• considerar os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, identificando até que ponto os conteúdos ensinados foram realmente aprendidos;

• considerar o nível de complexidade dos diferentes conteúdos como definidor do grau de autonomia possível aos alunos, na realização das atividades, nos diferentes ciclos;

• considerar o nível de aprofundamento possível de cada conteúdo, em função das possibilidades de compreensão dos alunos nos diferentes momentos do seu processo de aprendizagem.” (p. 36)