quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Análise - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, LÍNGUA PORTUGUESA.

Depois de uma leitura sistematizada dos PCNs da Língua, respondo os seguintes questionamentos.


Quais os fundamentos do ensino da língua?

Segundo os PCN, os fundamentos do ensino da língua se dão na estreita relação com a possibilidade de plena participação social. Que levará o homem a se comunicar, ter acesso a informação, expressando diferentes pontos de vista, aquisição de conhecimentos. A função da escola aqui é a responsabilidade de assegurar a todo aluno o acesso aos saberes lingüístico para destreza da cidadania, direito de todos. A língua levará o ser a uma participação social.

Que conceitos de lingüística são abordados?

Textualidade - É um encadeamento verbal constituído por um conjunto de relações que se situam a partir da coerência  de um texto. Só é um texto quando pode ser entendido como união significativa global, quando há textualidade.

Análise Discursiva- quando se interage verbalmente com alguém, o discurso se organiza a partir dos conhecimentos que se acredita que o interlocutor possua sobre o assunto, do que se supõe serem suas opiniões e convicções, simpatias e antipatias, da relação de afinidade e do grau de familiaridade que se tem, da posição social e hierárquica que se ocupa em relação a ele e vice-versa.

Gêneros textuais- Todo texto se constitui dentro de um determinado gênero. Os vários gêneros existentes compõem formas relativamente constantes de enunciados, disponíveis na cultura, apontados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção composicional. Pode-se ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que compartilham algumas características comuns, ainda que heterogênea como visão geral da ação à qual o texto se articula, tipo de apoio comunicativo, alargamento.

Que tipo de oralidade deve-se ensinar?

A ação não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala empregar, analisando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber adaptar o registro às diferentes circunstâncias comunicativas. É saber dispor satisfatoriamente o que falar e como fazê-lo, ponderando a quem e por que se diz determinada coisa. O importante é a função da intenção comunicativa pertinente aos interlocutores. O principal aí não é a correção, mas a adequação ao uso. “(...) falar bem é falar adequadamente, é produzir o efeito pretendido.” (p. 26)

“Cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais: planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois seria descabido “treinar” o uso mais formal da fala. A aprendizagem de procedimentos eficazes tanto de fala como de escuta, em contextos mais formais, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.” (p.27)

Que tipo de escrita deve-se ensinar?

“Durante o primeiro estágio, previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas convenções ortográficas do português — o que garantiria ao aluno a possibilidade de ler e escrever por si mesmo, condição para poder disparar o segundo estágio do metafórico foguete. Esse segundo estágio se desenvolveria em duas linhas básicas: os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.” (p.27)

Tais ponderamentos cabem reflexões acerca das teorias e metodologias utilizadas. A capacidade do aluno de produzir textos, e redigi-lo a próprio punho ainda esta vinculada com a capacidade que esse teve de aprender e a forma que isso foi simultâneo.

“A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de compreender e
produzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático.” (p.27)

Quais os objetivos gerais da Língua Portuguesa?


Ao longo do processo escolar o aluno deverá desenvolver as competências pautadas à linguagem. Para que isso aconteça o ensino da Língua portuguesa deverá ser disposto de maneira que os alunos sejam aptos a:

“• expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos — tanto orais como escritos — coerentes, coesos, adequados a seus destinatários, aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados;

• utilizar diferentes registros, inclusive os mais formais da variedade lingüística valorizada socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de que participam;

• conhecer e respeitar as diferentes variedades lingüísticas do português falado;

• compreender os textos orais e escritos com os quais se defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os corretamente e inferindo as intenções de quem os produz;

• valorizar a leitura como fonte de informação, via de acesso aos mundos criados pela literatura e possibilidade de fruição estética, sendo capazes de recorrer aos materiais escritos em função de diferentes objetivos;

• utilizar a linguagem como instrumento de aprendizagem, sabendo como proceder para ter acesso, compreender e fazer uso de informações contidas nos textos: identificar aspectos relevantes; organizar notas; elaborar roteiros; compor textos coerentes a partir de trechos oriundos de diferentes fontes; fazer resumos, índices, esquemas, etc.;

• valer-se da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais, sendo capazes de expressar seus sentimentos, experiências, idéias e opiniões, bem como de acolher, interpretar e considerar os dos outros, contrapondo-os quando necessário;

• usar os conhecimentos adquiridos por meio da prática de reflexão sobre a língua para expandirem as possibilidades de uso da linguagem e a capacidade de análise crítica;

• conhecer e analisar criticamente os usos da língua como veículo de valores e preconceitos de classe, credo, gênero ou etnia.” (p. 33)


Quais os conteúdos a serem trabalhados em Língua Portuguesa?

Quando se pensam nas as capacidades a serem desenvolvidas, relacionam-se quatro habilidades lingüísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. Daí se procede que os conteúdos devem ter a função de desenvolver essas habilidades, estabelecidos em torno de dois eixos fundamentais: o uso da língua oral e escrita e a análise e reflexão sobre a língua - Língua oral: usos e formas/ Língua escrita: usos e formas/ Análise e reflexão sobre a língua

Os próprios conteúdos surgem ao longo de toda a escolaridade, modificando apenas o grau de aprofundamento e sistematização. Para cobrir esse tratamento recorrente é preciso seqüenciar os conteúdos sujeitos a critérios que possibilitem a continuidade das aprendizagens. São eles:

“• considerar os conhecimentos anteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, identificando até que ponto os conteúdos ensinados foram realmente aprendidos;

• considerar o nível de complexidade dos diferentes conteúdos como definidor do grau de autonomia possível aos alunos, na realização das atividades, nos diferentes ciclos;

• considerar o nível de aprofundamento possível de cada conteúdo, em função das possibilidades de compreensão dos alunos nos diferentes momentos do seu processo de aprendizagem.” (p. 36)

Nenhum comentário:

Postar um comentário